"A ela cabe tudo que é belo, até mesmo a própria palavra beleza... é uma boneca... estou cansada dessa farsa."
Germaine Greer
A farsa está presente em todos os quadrantes da nossa organização social. e apetece citar o poema de Wordsworth, e o esplendor na relva, a glória da flor aqui resume-se à aparência: ao parecer jovem e, acima de tudo, ao (a)parecer magra, que o resto é interdito.
Efectivamente, estamos peranteuma farsa, em que a mulher é, por excelência o elemento principal, mas também atenta espectadora. Deixa-se encarcerar nos padrões impossíveis criados por rostos anónimos que, antes como hoje, lhe ditam comportamentos e formas de estar aceitáveis ou não. E a mulher, não contente com o facto de se castigar, de punir o seu corpo e tentar transformá-lo à força no que não é - nem tem de ser - estende essa obsessão ao corpo das outras.
Agora como no princípio: o corpo, sempre o corpo: corpo belo, corpo deformado, novo corpo, corpo novo, corpo a esconder, corpo velho, corpo a mutilar, belo corpo, corpo gozado, corpo feio, corpo público. Para quando simplesmente corpo?
Elisa Seixas
Actualização: Comentário da Célia Pessegueiro
É um texto muito pertinente, sobretudo para a época que se avizinha. Os corpos ficam mais expostos devido ao calor que se faz sentir e a mentalidade dos novos tempos empurra, sobretudo as mulheres, para o abismo da perfeição. Este é o MEU corpo em vez de "o corpo é meo", passe a publicidade, determina a atitude confiante com que olhamos para o nosso corpo que é, em grande parte, como deixamos que os outros olhem para nós.
Germaine Greer
A farsa está presente em todos os quadrantes da nossa organização social. e apetece citar o poema de Wordsworth, e o esplendor na relva, a glória da flor aqui resume-se à aparência: ao parecer jovem e, acima de tudo, ao (a)parecer magra, que o resto é interdito.
Efectivamente, estamos peranteuma farsa, em que a mulher é, por excelência o elemento principal, mas também atenta espectadora. Deixa-se encarcerar nos padrões impossíveis criados por rostos anónimos que, antes como hoje, lhe ditam comportamentos e formas de estar aceitáveis ou não. E a mulher, não contente com o facto de se castigar, de punir o seu corpo e tentar transformá-lo à força no que não é - nem tem de ser - estende essa obsessão ao corpo das outras.
Agora como no princípio: o corpo, sempre o corpo: corpo belo, corpo deformado, novo corpo, corpo novo, corpo a esconder, corpo velho, corpo a mutilar, belo corpo, corpo gozado, corpo feio, corpo público. Para quando simplesmente corpo?
Elisa Seixas
Actualização: Comentário da Célia Pessegueiro
É um texto muito pertinente, sobretudo para a época que se avizinha. Os corpos ficam mais expostos devido ao calor que se faz sentir e a mentalidade dos novos tempos empurra, sobretudo as mulheres, para o abismo da perfeição. Este é o MEU corpo em vez de "o corpo é meo", passe a publicidade, determina a atitude confiante com que olhamos para o nosso corpo que é, em grande parte, como deixamos que os outros olhem para nós.
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