A Sara e o António namoram há 6 anos e já acabaram os seus cursos,ela há 3 anos e ele há menos. Inscreveram-se no IRE, mas nenhum deles conseguiu um simples estágio profissional. Ela apenas teve reuniões de informação sobre o serviço militar e o empreendorismo; acabou por conseguir, sem qualquer apoio do IRE, um contrato a prazo num sector que não o da sua licenciatura. Ele, depois de uma experiência quase traumatizante numa multinacional, está neste momento numa outra experiência, também sem qualquer apoio do IRE. Desejam juntar as suas vidas e ter a sua própria casa mas adiam esse projecto por não terem rendimentos certos que lhes permita perspectivar o futuro. Ambos já vão a caminho dos 30.
A Rita e o João casaram muito jovens para fugir a problemas familiares por parte dela. Tinham ambos contratos de trabalho efectivos, pediram um empréstimo bancário para adquirirem a sua própria habitação. Entretanto ela ficou desempregada, mais tarde grávida e apenas teve direito a poucos meses de subsídio de desemprego, não tendo sido abrangida pelo subsídio de maternidade porque o bebé nasceu um mês após a data burocrática para ter esse direito. Total insensibilidade por parte do IRE, que não procurou ajudar este jovem casal aflito. Deixaram de poder pagar a prestação ao banco, tentaram renegociar e depois de muitos esforços conseguiram uma pequena descida, mas mesmo assim não era possível fazerem frente a essa despesa. Passaram fome e se não fosse a solidariedade familiar tinham sido postos na rua com um filho pequeno. Hoje são emigrantes sazonais a trabalhar e a viver em condições deploráveis só para poderem pagar o banco e não ficarem sem a sua casa. Adiaram o seu projecto de vida e passam as maiores dificuldades.
A Vanessa estudou pensando que um dia poderia ter um emprego estável; apaixonou-se e casou com o Ricardo que também tinha o mesmo sonho e ficaram a viver em casa dos pais dela. Entretanto ingressaram no mundo do trabalho, sempre com contratos a prazo e agora ao fim de 3 anos de ele estar a trabalhar numa grande empresa dizem-lhe:” se queres continuar a trabalhar aqui tens que passar recibo verde” passando ele a ficar com metade do ordenado, porque o resto vai para pagar impostos que deveria ser a empresa a suportar, nomeadamente a parte da segurança social. Entretanto ela está grávida e feliz mas a perspectiva de renovação do contrato está posta em causa e o futuro é negro. Se não fosse a solidariedade familiar a situação era quase de desespero.
Poderia dar mais exemplos, mas estes três casos verdadeiros, (os nomes foram alterados por razões óbvias) são apenas uma pequena amostra dos milhares de jovens que nesta terra têm o seu projecto de vida adiado porque vivem numa situação de grande precariedade laboral que não lhes permite sonhar e ser feliz. É por isso que é insuportável tolerar tanta insensibilidade por parte de entidades que deveriam são responsáveis por alterar esta situação mas que agem totalmente ao contrário, dizendo que nada é preocupante porque no resto do País ainda é pior - o que até pode ser verdade, mas com o mal dos outros bem podemos nós...
Para quando uma outra atitude sobre o apoio aos jovens que querem trabalhar na sua terra? O que faz realmente o IRE que deixa muitos jovens completamente ao abandono e nem um estágio profissional lhes proporciona? E os empresários desta terra quando é que vão valorizar os recursos humanos dando oportunidades aos jovens com formação em várias áreas tão importantes para o bom funcionamento duma empresa?
A Rita e o João casaram muito jovens para fugir a problemas familiares por parte dela. Tinham ambos contratos de trabalho efectivos, pediram um empréstimo bancário para adquirirem a sua própria habitação. Entretanto ela ficou desempregada, mais tarde grávida e apenas teve direito a poucos meses de subsídio de desemprego, não tendo sido abrangida pelo subsídio de maternidade porque o bebé nasceu um mês após a data burocrática para ter esse direito. Total insensibilidade por parte do IRE, que não procurou ajudar este jovem casal aflito. Deixaram de poder pagar a prestação ao banco, tentaram renegociar e depois de muitos esforços conseguiram uma pequena descida, mas mesmo assim não era possível fazerem frente a essa despesa. Passaram fome e se não fosse a solidariedade familiar tinham sido postos na rua com um filho pequeno. Hoje são emigrantes sazonais a trabalhar e a viver em condições deploráveis só para poderem pagar o banco e não ficarem sem a sua casa. Adiaram o seu projecto de vida e passam as maiores dificuldades.
A Vanessa estudou pensando que um dia poderia ter um emprego estável; apaixonou-se e casou com o Ricardo que também tinha o mesmo sonho e ficaram a viver em casa dos pais dela. Entretanto ingressaram no mundo do trabalho, sempre com contratos a prazo e agora ao fim de 3 anos de ele estar a trabalhar numa grande empresa dizem-lhe:” se queres continuar a trabalhar aqui tens que passar recibo verde” passando ele a ficar com metade do ordenado, porque o resto vai para pagar impostos que deveria ser a empresa a suportar, nomeadamente a parte da segurança social. Entretanto ela está grávida e feliz mas a perspectiva de renovação do contrato está posta em causa e o futuro é negro. Se não fosse a solidariedade familiar a situação era quase de desespero.
Poderia dar mais exemplos, mas estes três casos verdadeiros, (os nomes foram alterados por razões óbvias) são apenas uma pequena amostra dos milhares de jovens que nesta terra têm o seu projecto de vida adiado porque vivem numa situação de grande precariedade laboral que não lhes permite sonhar e ser feliz.
Para quando uma outra atitude sobre o apoio aos jovens que querem trabalhar na sua terra? O que faz realmente o IRE que deixa muitos jovens completamente ao abandono e nem um estágio profissional lhes proporciona? E os empresários desta terra quando é que vão valorizar os recursos humanos dando oportunidades aos jovens com formação em várias áreas tão importantes para o bom funcionamento duma empresa?
Guida Vieira
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