quinta-feira, 12 de junho de 2008

A nossa conversa com Daniela Maria e Nelson Veríssimo

Foi deveras interessante a conversa na FNAC com o professor Nelson Veríssimo e com a jornalista Daniela Maria, onde participaram também outras pessoas que estiveram a conversar durante duas horas, sem intervalo e sem ser necessário inscrição prévia.
Ficamos a saber que se as mulheres quiserem se inscrever na História têm que deixar rastos, de preferência solidamente documentados. Se assim não for pouco, poderão fazer os historiadores no futuro para que a História não continue a ser escrita maioritariamente no masculino, como tem acontecido até agora.
Acho que a própria conversa pode ser um desses rastos, pois os dados apresentados pela Daniela Maria em relação ao papel da mulher na comunicação social e à sua falta de poder de decisão, mesmo que percentualmente representada nos diversos orgãos, assim como os dados históricos colocados por Nelson Verisssimo, particularmente quando falou na mulher de Gonçalves Zarco e do papel das Freiras no Convento de Santa Clara poderão ser registos a ficar para utilizações futuras.
Gostei da participação entusiasmada das e dos participantes que colocaram questões muito pertinentes e que nos devem ajudar na comunicação que vamos fazer no congresso. Foi incrivel conhecer algumas pessoas, pela primeira vez, e já estarmos a debater assuntos que nos interessam mutuamente; sem dúvida que os problemas das mulheres nos unem, embora possamos ter visões diferentes, assim como respostas distintas a dar aos mesmos.
Falámos na necessidade das mulheres terem poder sobre as suas vidas, porque o pior que pode acontecer é a dependência de outrém. Dissemos que os tempos actuais trazem grande preocupação em relação ao futuro e que existe mesmo algum retrocesso em relação aos direitos adquiridos nos últimos trinta anos devido sobretudo à situação de grande precariedade que se vive actualmente, particularmente entre os mais jovens onde muitas vezes as ideias do feminismo não são bem aceites.
Existe tanta coisa que pode ser feita a vários níveis, mas sobretudo na cultura e na partilha de saberes, pois estas são áreas fundamentais para ajudar a mudar mentalidades que Falámos na esperança de um mundo melhor onde a força das mulheres seja uma realidade. Mas para isso, há ainda um longo caminho a percorrer e o congressso feminista deve ser um grande passo que vai ajudar a que na Madeira mais mulheres (e homens) continuem a se encontrar, criando uma grande corrente que contrarie a falta de solidariedade que por vezes existe, mesmo nas próprias mulheres. continuam a desprezar o papel da mulher em todos os campos da sociedade.
Vamos fazer do Congresso Feminista o nosso ponto de encontro para futuras conversas e a próxima é já no dia 18, no mesmo local e à mesma hora.

Guida Vieira

2 comentários:

Sancho Gomes disse...

Seria uma boa ideia manterem tertúlias regulares. Para que a ilha no feminino não se fique pelo congresso. parabéns.

Anónimo disse...

Em nome de todas, danke. ;)
Elisa